Kieza marcou dois tentos na vitória alvirrubra por 3x0(Foto: Jédson Nobre)














Por duas vezes, Kieza integrou a delegação do Náutico em viagens para Goiânia e São Paulo, mas não deu para entrar em campo. Era como se o destino reservasse a noite do dia 18 de julho para a sua reestreia.
E o torcedor só tem a agradecer ao acaso. Foi diante dos alvirrubros que o artilheiro da Série B do ano passado retornou ao time timbu fazendo aquilo que levou a diretoria a investir pesado na sua volta: gol. Ou melhor, gols.
A sua presença no jogo com a Ponte Preta foi decisiva. Aquela bola que muitas vezes perambulava na pequena área adversária, ontem, encontrou o pé de Kieza, mudando o destino de uma partida, que estava encardida, com a Ponte mostrando ter muita organização tática e objetividade nos contra-ataques.
Obviamente, o goleador não jogou sozinho. Muito pelo contrário. Ele ajudou, mas foi imensamente ajudado por todo o time, que teve uma postura agressiva e inteligente a maior parte do jogo.
Se individualmente, além de Kieza, brilharam Rhayner, Araújo, Souza, por exemplo, o Náutico como um todo, enquanto conjunto, fez uma partida capaz de deixar a torcida bastante otimista. Embora ainda em formação, como Gallo faz questão de repetir, a equipe se mostrou muita madura taticamente, marcando o campo inteiro e segurando o bom time da Ponte.


Apesar da forte marcação, jogador conseguiu brilhar na partida(Foto: Jédson Nobre)














O torcedor do Náutico teve uma noite perfeita no reencontro com o seu artilheiro Kieza. E como todo o time estava em estado de graça, o alvirrubro viu o Timbu golear a Ponte Preta, nos Aflitos, por 3×0. Kieza fez o primeiro e o terceiro. Souza, com um passe do goleador da noite, marcou o segundo. Grande volta do artilheiro, grande vitória do Náutico.
1º tempo
Com pouco mais de um minuto de bola rolando, Araújo saiu jogando errado, a Ponte desceu pela esquerda e Nikão pegou livre o cruzamento. Mas Felipe segurou firme. Aos 6, a jogada se repetiu pelo lado canhoto do ataque da Macaca. Roger pegou de primeira e acertou a rede pelo lado de fora. Pouco depois, novo cruzamento em direção a Roger deixou a defesa alvirrubra em pânico.
Passado o susto, o Náutico passou a encaixar melhor a saída para o ataque com maior precisão nos passes. Aos 10, Araújo arrancou bonito e enfiou bola para Kieza. A zaga campineira chegou primeiro e afastou o perigo. Dois minutos depois, a jogada foi entre Araújo e João Paulo. A bola chegou a Elicarlos, que soltou a bomba na entrada da área. Edson Bastos espalmou para escanteio.
O jogo seguiu num ritmo forte. Enquanto os alvirrubros, embalados pelo grito da torcida, botavam pressão, a Ponte dava mostras de objetividade nas suas subidas ao ataque, quase sempre levando perigo ao gol de Felipe.
Mas aquele lance capaz de levantar o torcedor só aconteceu aos 32 minutos. Numa falta próxima à meia lua da Macaca, Martinez cobrou muito bem, mas Edson Bastos foi certeiro no canto direito para espalmar a escanteio.
Aos 35, no entanto, o goleirão da Ponte até que tentou, mas não evitou o gol mais esperado da noite. Depois de uma jogada pela esquerda, Rhayner recebeu no meio, limpou a zaga e bateu rasteiro. Edson Bastos espalmou, mas a bola se encontrou com o pé do artilheiro Kieza, que marcou o primeiro gol na sua volta aos Aflitos.
2º tempo
Com dois minutos de bola rolando, a Ponte avisava ao Náutico que voltava para o segundo tempo sedento pelo gol de empate. Depois de uma boa troca de passes na frente da área pernambucana, Nikão recebeu livre e bateu com perigo. Um minuto depois, foi a vez de Ricardinho bater forte para Felipe colocar a escanteio.
Ao aviso da Macaca, Rhayner respondeu com uma grande jogada aos 5. Ele arrancou pelo meio da intermediária fazendo fila na defesa adversária, ficou na cara de Edson Bastos. Podia tocar para o gol ou rolar para Araújo, do seu lado direito. Mas preferiu dar mais um drible e foi desarmado pelo goleiro.
O Timbu voltou para o jogo com o lance e quase faz o segundo aos 11. Depois de um cruzamento de Jean Rolt pela direita a bola foi escorada para Araújo, mas foi o toque de Kieza, caído na entrada da pequena área, que passou raspando a trave da Ponte.
O gol amadurecia a cada minuto. E no de número 15, saiu o segundo. Mérito de Souza, que roubou bola na saída da Ponte, tabelou com Kieza e recebeu na direita para bater forte, rasteiro. Edson Bastos ainda tocou, mas a redondinha morreu na rede da Macaca.
O Náutico não recuou depois de abrir vantagem. O time de Gallo passou a ocupar o campo da Ponte com inteligência, tocando bem a bola e envolvendo por completo o adversário. Tanto que aos 42 saiu mais um. Mais um de Kieza. Rhayner recebeu na direita e deu voltando para o artilheiro pegar de primeira e fazer o terceiro timbu. E tome festa nos Aflitos.

Náutico
Felipe; Alessandro (Douglas Santos 35 do 2º), Ronaldo Alves, Jean Rolt e João Paulo; Elicarlos, Souza, Martinez (Ramires, intervalo) e Rhayner; Araújo (Cleverson 38 do 2º) e Kieza. Técnico: Alexandre Gallo
Ponte Preta
Edson Bastos; Gerônimo (Cicinho, intervalo), Ferron, Tiago Alves e João Paulo; Baraka, Renê Júnior, Ricardinho (Somália 20 do 2º) e Nikão; André Luiz (Marcinho 14 do 2º) e Roger. Técnico: Gilson Kleina
Local: Estádio dos Aflitos
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Rodrigo Pereira Joia (RJ) e Carolina Romanholi Melo (CE)
Cartão amarelo: Ronaldo Alves, Kieza, Ramires (N). Tiago Alves, Ferron (P)
Gol: Kieza (35 do 1º e 42 do 2º), Souza (15 do 2º)
Renda: R$ 92.800,00
Público: 12.606

Como não poderia ser diferente, atleta acabou sendo o melhor do Náutico no Jogo (Foto: Jédson Nobre)
Melhor do Náutico: Kieza, indiscutivelmente. Marcou dois gols e deu o passe para o outro. Reestreia excelente.
Pior do Náutico: Ramires não chegou a jogar mal, mas também não acompanhou o nível dos outros meio campistas.