quinta-feira, 26 de julho de 2012

Avicultores pressionados pelo preço da ração

Alta da soja e do milho aumentam custos de produção e podem acabar encarecendo custos para o consumidor



A ração que alimenta os frangos e as galinhas poedeiras que abastecem a mesa do consumidor é feita com 60% de milho e 30% de soja. Mas, nesse composto, o custo da soja supera o do milho. “E sem soja não dá pra alimentar as aves”, explica o diretor-presidente da indústria Mauricéa, Marcondes Farias, ao lamentar a alta que os grãos têm acumulado. No ano passado ele comprava soja a R$ 700 a tonelada; agora custa R$ 1.400. “Se esses custos não baixarem, teremos que tentar equalizar o mercado”, explica o executivo, referindo-se a recuo de oferta para valorização do produto. O que acaba em aumento de preço de frango e ovos para o consumidor.

Para tentar evitar esse repasse e também proteger suas margens de lucro, os avicultores estão em contato com o governo federal na tentativa de conter o aumento dos itens da ração. Ontem, diretores da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) reuniram-se com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Rocha, e com o coordenador de Cereais e Culturas Anuais do ministério, Silvio Farnese. Foram apresentaram os impactos da alta de preços dos insumos e feito um pedido formal de intervenção do governo federal contra a escalada do custo de produção.
Para o diretor da Ubabef, Ricardo Santin, a “elevação descontrolada dos custos de produção” e a queda das exportações de frangos pioram a má fase do setor avícola brasileiro que, em junho, registrou redução na receita de 21,25%, em relação ao mesmo período do ano passado. “Mantidas estas condições, será inviável produzir sem repassar os custos nos preços finais ao consumidor”, argumenta Santin.

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