A Série B em 2003 e o Paulistão de 2008 não foram motivos de vergonha quando foram conquistados. No entanto, no longo prazo, a vergonha dos palmeirenses era a de exaltar esses feitos ultimamente, que na rica história do clube parecem tão pequenos. Tudo isso acabou na noite desta quarta-feira.
A conquista da Copa do Brasil 2012 sobre o bom e organizado time do Coritiba no 'Green Hell' do Couto Pereira foi o grito final. Foi a euforia palmeirense em meio a todos os problemas do clube e da equipe. A maioria deles, diga-se de passagem, arquitetada dentro do coração alviverde.
O título foi conquistado não do jeito que o palmeirense gosta, mas sim como se acostumou. Crises a cada fofoca de conselheiros (tanto da situação como da oposição), jogadores contestados e um treinador que confessou querer respirar outros ares no ano seguinte.
Campanha
Passar pelo Coruripe-AL (1 a 0 fora e 3 a 0 em casa) e pelo Horizonte-CE (3 a 1 fora) não foram tarefas das mais difíceis. Atropelar o Paraná (2 a 1 fora e 4 a 0 em casa) e vencer bem o Atlético-PR (2 a 2 fora e 2 a 0 em casa) foram feitos mais fáceis do que se imaginava pela qualidade do time demonstrada no Paulistão.
Enfim, a semifinal seria um grande desafio para o Palmeiras. Pela primeira vez na competição enfrentaria uma equipe da Série A do Brasileirão 2012. O Grêmio era um time com mais investimento, com Luxemburgo e com Kleber Gladiador, considerado traidor pela torcida do Verdão e líder da maior crise do ano passado. Não sair derrotado no lotado Olímpico já seria uma vitória, mas o Verdão fez mais.
Em uma partida surpreendentemente equilibrada, o Palmeiras aproveitou o desespero gremista no segundo tempo para criar chances e marcar 2 a 0 no fim. Um gol foi de Mazinho, apelidado de 'Messi Black', atacante rápido e habilidoso que chegara há pouco tempo no clube. O outro foi do argentino Barcos, o Pirata artilheiro que veio da LDU-EQU e se revelou a melhor contratação do ano.
O 2 a 0 praticamente acabou com as chances do Imortal na competição. Porém, na partida da volta em Barueri, o Tricolor Gaúcho fez 1 a 0 no segundo tempo e foi para cima. No contra-ataque, Valdivia fez um belo gol e fechou o caixão: 1 a 1. O gol foi a redenção do abalado Mago, que havia sofrido um sequestro-relâmpago semanas antes.
Na final, o Palmeiras teria o Coritiba pela frente, e o desafio: a primeira partida seria em casa pela primeira vez na competição. Com as obras no Palestra Itália desde 2010, a casa escolhida pelos jogadores foi a Arena Barueri. O primeiro tempo ruim deixou os torcedores desconfiados, mas o gol de pênalti de Valdivia deu tranquilidade para a segunda etapa. Mais leve, o Palmeiras ampliou a vantagem com Thiago Heleno de cabeça, após a bola parada de Marcos Assunção, o grande craque do Verdão nos últimos dois anos.
Na partida de volta, o Coxa, vice-campeão de 2011, tentou de todas as maneiras buscar o resultado. Entretanto, o Palmeiras soube administrar a tensão para conquistar a sua segunda Copa do Brasil . No primeiro tempo o Verdão jogou com o regulamento e segurou bem a pressão do Coxa.
O time se mostrou tão equilibrado que nem o gol de falta de Ayrton, que abriu o placar para o Coxa, abalou o Verdão. Na verdade nem deu tempo, já que Betinho fez um gol providencial ao desviar cruzamento de Marcos Assunção, decretando assim o título palmeirense. E um detalhe: na única vez que a equipe conquistou esta taça, em 1998, levou a Libertadores no ano seguinte. O técnico também era o mesmo. Será que Felipão fica para o ano que vem?
Time-baseBruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno e Juninho; Henrique, João Vitor, Marcos Assunção e Valdivia; Mazinho e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Também participaram da campanha: Deola, Cicinho, Leandro Amaro, Román, Fernandinho, Márcio Araújo, Wesley, Daniel Carvalho, Patrick, Felipe, Luan, Vinicius, Maikon Leite e Betinho.
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